quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tecnologia: Tanta novidade até confunde


















Não transcorreram doze horas do lançamento do iPhone para que começasse a circular no boca-a-boca e nas resenhas preparadas por especialistas uma lista de seus defeitos (veja o quadro). O telefone celular mais aguardado dos últimos tempos, nova estrela da Apple, a fabricante do iPod, provou-se um aparelho limitado.

Como prometido, ele acumula as funções de tocador de MP3, navegador de internet e seu design é muito atraente. Mas, comparando item por item, há aparelhos de concorrentes com mais recursos e melhores soluções. Apesar de suas limitações, o iPhone está longe de ser um fracasso. Nos primeiros dias após o lançamento do aparelho nos Estados Unidos, há uma semana, formaram-se filas nas portas das lojas para comprá-lo.

Estima-se que, até a sexta-feira passada, tenha sido vendido 1 milhão de celulares iPhone. Em se tratando de um aparelho que não cumpre o que promete, tamanho sucesso só encontra explicação num fenômeno: a avidez com que cada vez mais pessoas consomem as novidades do mundo eletrônico. Para um número crescente de consumidores, não basta ter um aparelho que atenda às necessidades pessoais, seja ele celular, máquina fotográfica, tocador de MP3 ou computador. É preciso ter o aparelho mais novo e mais moderno, mesmo que não se usem muitos de seus recursos.

Essa busca insaciável pelas novidades eletrônicas se deve, em parte, à velocidade impressionante com que produtos inovadores surgem no mercado e são alardeados pela publicidade. Mais importante que isso, contudo, é que os aparelhos eletrônicos pessoais, principalmente os celulares, deixaram de pertencer apenas à categoria das ferramentas utilitárias. Exibi-los tornou-se uma forma de expressão pessoal, como no caso das roupas. Disse a VEJA Ravi Dhar, professor de administração e marketing do Centro de Estudos de Consumo da Universidade Yale: "Na última década, a tecnologia assumiu características antes só vistas na indústria da moda. As pessoas querem ser as primeiras a ter um iPhone, assim como desejam ter o último modelo da bolsa Prada. A funcionalidade é menos importante do que mostrar ao mundo que você tem determinado produto". Um bom exemplo de como os aparelhos eletrônicos se tornaram objeto de expressão pessoal são os toques de celular, os ringtones.

Cada um seleciona o seu ringtone de acordo com a própria personalidade ou estado de espírito na ocasião. A consultoria americana Gartner estima que o mercado de ringtones no mundo movimentará 7 bilhões de dólares neste ano.

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